Entre 2019 e 2024, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) registrou um crescimento de 42% no número de centenários beneficiários de planos de saúde, conforme relatório divulgado pela própria agência. A quantidade subiu de 7.636 para 10.845, o que representa quase um terço dessa população no Brasil – estimada em 37.814 em 2024, conforme o documento.
O salto pode ser atribuído principalmente à maior longevidade da população e não necessariamente à maior adesão aos convênios por esse grupo, de acordo com especialistas.
Os valores cobrados pelos planos são altos, e a dificuldade em manter em dia o pagamento é uma realidade para muitos idosos.
Heloísa Damásio Borges, 73, afirma que seu pai gasta R$ 23.383 mensais para manter o SulAmérica Executivo. Altino Damásio, 105, envelheceu com o plano, e o aumento gradativo das mensalidades resultaram em valor hoje considerado abusivo pela filha, que entrou na Justiça para tentar reaver uma parte do dinheiro.
“Faz 20 anos que estamos com esse plano. Só o último reajuste, no ano passado, foi de R$ 5.000. Não saímos [do convênio] porque ninguém o aceita nessa idade”, diz.
A maioria dos centenários está em planos individuais (44,1%) e nas cooperativas médicas (37,5%), conforme o levantamento.
Embora o crescimento da adesão dos centenários tenha sido o mais acentuado nos últimos cinco anos, o número de beneficiários de 60 anos ou mais cresceu significativamente em todas as faixas.
A perspectiva, de acordo com escritórios de advocacia, é também de aumento no número de idosos que buscam a Justiça para resolver os problemas que têm com as operadoras.
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