A saúde suplementar atende cerca de 50 milhões de pessoas e influencia toda a cadeia de prestação de serviços, inovação e financiamento. Ela nasce como escolha, mas opera em um sistema de direitos. É mercado e, ao mesmo tempo, política pública regulada. Quando a regulação é frágil, o equilíbrio se rompe: o cidadão perde previsibilidade, o mercado perde credibilidade e o Estado perde controle. Fortalecer a ANS é, portanto, reconhecer que a pluralidade do sistema de saúde brasileiro não é uma fragilidade, mas um arranjo que exige governança e clareza de papéis
O envelhecimento acelerado da população brasileira tornou-se um novo determinante econômico da saúde. O número de idosos com plano de saúde cresceu 33% em uma década, enquanto o de jovens caiu 11%. Essa transição pressiona o modelo de mutualismo — em que os jovens financiam o cuidado dos mais velhos — e eleva os custos assistenciais. Uma regulação moderna precisa lidar com essa mudança, promovendo prevenção, gestão de doenças crônicas e modelos atuariais de longo prazo. É papel da ANS conduzir esse debate como política de Estado, e não como resposta emergencial a crises setoriais.


