Mudança de regras da ANS transforma relação entre corretores e operadoras

Entre as alterações está o novo teto de reajuste para planos individuais e familiares, fixado em 6,06% para o período de maio de 2025 a abril de 2026. Embora não se aplique diretamente aos planos coletivos – que representam cerca de 80% do setor, com mais de 50 milhões de beneficiários – a medida pressiona o mercado a adotar práticas mais transparentes. Em 2024, os reajustes nos coletivos chegaram a 13,8%, gerando insatisfação generalizada.

Outro ponto central é a ampliação do agrupamento para cálculo de reajuste nos contratos coletivos. A partir de agora, planos com até 400 vidas devem ser agrupados, número bem superior ao limite anterior de 29 vidas. Isso pode afetar diretamente os preços pagos por pequenas e médias empresas, a depender da sinistralidade do grupo em que forem inseridas.

A ANS também reduziu a meta de sinistralidade de 87% para 83,8%, o que diminui a margem das operadoras para justificar aumentos. Além disso, foi ampliada a possibilidade de portabilidade: os beneficiários poderão trocar de plano mesmo fora do prazo, caso haja exclusão de hospitais relevantes da rede credenciada.

Segundo Dyla De Toledo, CEO da YIA Broker, consultoria especializada em planos corporativos, as novas exigências reforçam o papel técnico dos corretores. “O corretor precisa dominar a legislação, entender os riscos e atuar como consultor estratégico das empresas. A venda por si só já não sustenta uma operação de saúde corporativa”, afirma.

Ela ressalta que as empresas também precisarão adotar uma gestão mais ativa dos contratos. “A transparência agora exigida das operadoras também precisa ser adotada pelas empresas. Não basta renovar contratos automaticamente. É preciso avaliar reajustes e sinistralidade com base em dados e critérios técnicos”, completa.

A YIA tem reforçado sua atuação em auditoria de contratos, revisão de cláusulas antigas e apoio a empresas na criação de programas de saúde corporativa que contribuam com a previsibilidade dos custos. A consultoria também acompanha a evolução da legislação para manter seus clientes atualizados e protegidos.

Com as novas medidas, o setor de saúde suplementar caminha para um modelo mais regulado e técnico. Corretores bem preparados e empresas com visão estratégica estarão mais aptos a enfrentar o novo ambiente regulatório e garantir a sustentabilidade dos seus contratos.

Fonte: Revista Apólice

Facebook
Twitter
LinkedIn
Email
WhatsApp

Comentário