A hemorragia intracraniana é um sagramento dentro do cérebro do paciente que pode causar alguns efeitos, explica o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi internado de emergência na noite desta segunda-feira (9) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde passou por uma cirurgia para drenagem de um hematoma. Segundo informações do hospital, o presidente está na UTI e “encontra-se bem”.
De acordo com o primeiro boletim médico, divulgado às 3h20 desta terça-feira (10), Lula começou a passar mal em Brasília. Após relatar dor de cabeça, ele realizou um exame de imagem ainda na unidade hospitalar da capital federal.
“A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10. Foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, unidade São Paulo, onde foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma. A cirurgia transcorreu sem intercorrências”, informou o hospital sobre o presidente.
O que é hemorragia intracraniana?
A hemorragia intracraniana ocorre quando há sangramento dentro do cérebro ou entre suas membranas protetoras, explica o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
“Esse sangramento dentro do cérebro pode acontecer por vários motivos, como traumas, aneurismas rompidos, hipertensão ou outras condições médicas. Normalmente ele causa um aumento da pressão dentro do crânio, o que pode danificar tecidos cerebrais e comprometer funções neurológicas”.
“Os sintomas mais comuns são dor de cabeça súbita, confusão, náuseas, concussão, convulsões e perda de consciência, mas cada caso pode variar bastante de gravidade”.
“O tratamento depende da causa, dos sintomas, e da gravidade, podendo incluir medicamentos para controlar a pressão ou cirurgia para remover o sangue acumulado e aliviar a pressão”, explica Dr. Fabiano.
O acidente doméstico de Lula
No dia 19 de outubro, Lula sofreu uma queda no banheiro da residência oficial da Presidência, batendo a região da nuca. O incidente resultou em cinco pontos e levou o presidente a realizar exames de imagem, que foram posteriormente repetidos. Na ocasião, ele permaneceu na unidade hospitalar por cerca de uma hora antes de ser liberado para retornar para casa.
Por recomendação médica, Lula precisou cancelar viagens longas nas semanas seguintes, incluindo sua participação na reunião de cúpula do Brics, na Rússia.
O presidente classificou o acidente como “grave, mas sem afetar nenhuma parte mais delicada”.