Bruce Willis: Ator, diagnosticado com demência frontotemporal

A demência frontotemporal traz impactos cada vez maiores conforme avança, afetando principalmente a memória, personalidade e comunicação, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Fabiano de Abreu Agrela

Emma Heming, esposa de Bruce Willis, 46, atualizou os seguidores sobre o estado de saúde do marido, de 69 anos, em seu perfil no Instagram na última quarta-feira (3). Na legenda, ela sugeriu que Bruce não conseguiria mais se comunicar verbalmente.

No vídeo, Emma discute projetos voltados para tratamentos da demência frontotemporal (DFT), doença diagnosticada no ator em 2022. Ela também mencionou que duas pessoas estão pedalando pelos Estados Unidos para promover melhorias no tratamento dessa condição.

Eu imagino o que Bruce teria dito: ‘Espero que lembrem de se manter hidratados’. Eu apoio. Mantenham-se fortes e seguros! Estou muito orgulhosa de vocês“, escreveu Heming.

O que é a demência frontotemporal?

A demência frontotemporal afeta normalmente indivíduos entre 45 e 60 anos e é causado por diversos fatores, como genéticos, pelo acúmulo anormal da proteína Tau, substância que tem como função estabilizar os microtúbulos pela agregação de tubulina, o excesso dela está ligado a diversas doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.

Alterações em genes fundamentais para o funcionamento do cérebro, como o GRN e o C9ORF72, também podem desencadear a doença. 

O gene GRN, responsável pela codificação da progranulina, provoca sintomas variados em membros da família e pode manifestar a doença em diferentes idades. Já a mutação no gene C9ORF72 é um indicador de risco para o desenvolvimento de demência frontotemporal e outras condições, como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

A doença afeta os lobos frontais e temporais do cérebro, que controlam a execução de ações intencionais, comportamentos sociais, linguagem, memória, e as capacidades visual e auditiva.

Principais sintomas

–  Mudanças drásticas na personalidade;

– Perda de inibições sociais;

– Dificuldade com a linguagem, como problemas para encontrar palavras ou formar frases;

– Apatia;

– Alterações emocionais, como indiferença ou falta de empatia;

– Problemas de memória, especialmente à medida que a doença avança.

Os impactos da demência frontotemporal na comunicação

De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Sigma Xi e da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, com a evolução da condição, a comunicação é cada vez mais afetada.

Por ser uma doença neurodegenerativa, ela progride gradualmente e com isso, os efeitos se tornaram mais intensos, neste caso, principalmente na personalidade, memória e comunicação”.

Todos esses problemas estão relacionados, pois mudanças na personalidade podem tornar o paciente mais apático ou com picos de agressividade, já a falta de memória prejudica a formação de sentido e busca de palavras, o que intensifica os prejuízos na comunicação”, explica.

Tratamentos não curam a doença

A demência frontotemporal não tem cura e os tratamentos disponíveis são usados apenas para reduzir o impacto dos sintomas na qualidade de vida do paciente.

A demência frontotemporal não tem cura atualmente, mas existem formas de amenizar os sintomas da condição”.

Medicamentos antipsicóticos, sessões de fonoaudiologia e fisioterapia são usados para ajudar os pacientes a lidar com as dificuldades do dia a dia. Eles oferecem um pouco de alívio e apoio, mesmo que não eliminem a doença”, ressalta Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

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