Dra. Virgínia Figueiredo explica tudo sobre o diagnóstico, fatores de risco e sintomas da doença que afeta mais de 17 milhões de brasileiros
O Brasil é o quinto país em número de diabéticos no mundo todo. São mais de 17 milhões de brasileiros afetados pela doença, segundo o Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Apesar de avanços científicos no diagnóstico, tratamento e prevenção, a tendência é que esse número apenas cresça: para 2030, é estimado 21,5 milhões de diabéticos no Brasil.
“O aumento de casos da doença no Brasil, está relacionado com o estilo de vida da maioria da população. O sedentarismo e a alimentação baseada em comidas processadas são as principais causas da obesidade, que é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento da doença”, explica a Dra. Virgínia Figueiredo Gastroenterologista e assessora Médica da Alliança Saúde. Por isso, é importante entender os principais sintomas, fatores de risco, diagnóstico e formas de tratamento do diabetes.
Diabetes é um grupo de doenças que ocorrem por causa da falta de insulina ou da incapacidade de produzir o hormônio que ajuda no transporte do açúcar do sangue para as células. Ou seja, o paciente diabético tem uma alta taxa de glicose no sangue, por essa incapacidade de regular o açúcar na produção de energia no corpo. Para o diagnóstico do diabetes são utilizados exames laboratoriais, como a dosagem da glicose em jejum, a dosagem da hemoglobina glicada e o teste de tolerância à sobrecarga de glicose, ou curva glicêmica.
Isso pode acontecer de duas maneiras: “o diabetes tipo 1 ocorre mais em crianças e adolescentes causado por uma alteração no sistema imunológico da pessoa, que passa a produzir anticorpos contra as células do pâncreas que produzem a insulina. Já o tipo 2 é mais frequente em adultos que apresentam uma resistência aumentada à insulina produzida”, demonstra a Dra. Virgínia.
Outro fator importante que deve ser levado em consideração é a pré-diabetes, um estágio ainda reversível para muitos dos pacientes. Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), atualmente, cerca de 40 milhões de brasileiros têm pré-diabetes, sendo que um quarto desse total deve desenvolver a doença num prazo de três a cinco anos. “É possível a reversão em muitos pacientes, pela mudança no estilo de vida com a adoção de atividade física regular, perda de pelo menos 5% do peso inicial, cessar o uso de bebidas alcoólicas e o tabagismo”, recomenda a Doutora.
Sintomas
“Os sinais mais frequentes do diabetes são relacionados ao estado de hiperglicemia. Muitos pacientes podem ser assintomáticos, o que é mais comum no tipo 2 da doença. Em muitos casos, o diagnóstico só é realizado após o aparecimento de complicações tardias da doença (renais, oftalmológicas e neurológicas)”, afirma a médica da Alliança Saúde.
Sintomas comuns são:
- Sede intensa
- Urina frequente
- Fome persistente
- Perda de peso sem causa
Fatores de risco
- Idade maior que 45 anos
- Sobrepeso (principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura)
- Antecedente familiar com diabetes
- Hipertensão arterial
- Dislipidemia (colesterol alto e aumento de triglicerídeos)
- Diabetes gestacional
- Doença cardiovascular
- Uso crônico de corticoides.
Tratamento
“O tratamento do diabetes envolve, em geral, a mudança na alimentação, a atividade física regular e o uso de medicamentos. Não existe um único esquema de tratamento e a escolha do medicamento ou a combinação destes, deve ser feita pelo profissional médico habilitado no tratamento da doença, após a avaliação cuidadosa do paciente. O tratamento deverá ser seguido por toda a vida, com ajuste de doses de medicamentos e ou substituição deles, sempre que necessário com o objetivo do melhor controle glicêmico”, completa a médica.
Diabetes tipo 1
- Uso de insulina durante o resto da vida.
Diabetes tipo 2 – Uso de medicamentos, como:
- Biguanidas
- Insulinas
- Sulfoniureias
- Meglitinidas
- Thiazolidinonas
- Análogos do peptídeo semelhantes ao glucagon (GLP-1)
- Inibidores da dipepitidil peptidase 4 (iDPP-4)
- Inibidores do transportador de glicose dependente de sódio 2 (SGLT2).